quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Conferência do Espírito Santo


O Comércio da Fé



Vivemos uma situação preocupante na Igreja Cristã atual. Segundo uma matéria da influente revista norte-americana Christianity Today, na sua edição de setembro de 2013, que traz um estudo feito por Kate Bowler, professora da Duke Divinity School, Universidade fundada pela Igreja Metodista, em sua tese de doutorado que virou livro com o título de “Blessed: A History of the American Prosperity Gospel” (em português: Abençoado: uma História do Evangelho da Prosperidade), diz que a Teologia da Prosperidade está presente em dois terços das igrejas. Segundo o estudo, esta teologia domina os púlpitos. Mas não só nos EUA, mas em diversos países, desde o Brasil até Cingapura, passando pela Nigéria. Embora em alguns lugares seja apresentado como “pregação de saúde e riqueza”, “confissão positiva” ou “teologia da dominação”, o foco é o mesmo: riqueza e vida boa aqui e agora. A grande maioria dos pregadores tem seus próprios programas de TV, escrevem livros sobre o assunto e atraem multidões para suas megaigrejas. E as pessoas parecem gostar cada vez mais.

Segundo Bowler, embora repudiado pelos teólogos, o movimento que oferece a prosperidade a todos os que tiverem fé, superou a velha pregação baseada no arrependimento e na mudança de vida.

Agora, por que este movimento, que oferece tantos benefícios àqueles que a aderem, parece ser prejudicial à saúde espiritual cristã? Porque nada do que é prometido nos púlpitos das igrejas que professam este teologia é de graça. São campanhas e mais campanhas financeiras. E tudo isso como que num processo de troca com Deus. Afirmam que quem dá receberá de volta em até cem vezes mais, pois, como dizem, Deus não fica devendo nada a ninguém! É como se Deus só olhasse para aqueles que desembolsam seu suado dinheiro para ofertar nas campanhas de fé das “denominações da prosperidade”. Tais denominações não ensinam aos seus adeptos o que diz a musica “Eles precisam saber”, da Banda Resgate, que “aquilo que Deus faz, aquilo que Deus tem não se pode comprar e que Deus pode se mover por aquilo que são, por compaixão e não pelo o que podem dar.

Jesus presenciou um comércio assim no Grande Templo de Jerusalém:

Quando já estava chegando a Páscoa judaica, Jesus subiu a Jerusalém. No pátio do templo viu alguns vendendo bois, ovelhas e pombas, e outros assentados diante de mesas, trocando dinheiro. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas mesas. Aos que vendiam pombas disse: “Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!” Seus discípulos lembraram-se que está escrito: “O zelo pela tua casa me consumirá”. (João 2.13-17 - NVI)

Creio que se hoje Jesus fosse a alguns templos cristãos pelo Brasil e algumas partes do mundo, não seria diferente a atitude que tomaria. No texto acima Jesus chegou no Templo de Jerusalém e viu o comércio que se instalara no pátio do Grande Templo, com pessoas fazendo negócios de animais e moedas estrangeiras. Estes animais eram vendidos a pessoas que vinham ao templo no intuito de sacrificar e os vendilhões elevavam e muito o preço, se tornando em grande fonte de lucro a estes comerciantes que se aproveitavam das necessidades momentâneas do povo. Também faziam trocas de moedas estrangeiras por moedas aceitáveis no Templo, pois muitos daqueles que vinham de longe para cultuar no recinto sagrado traziam moedas de seus países de origem que eram cunhadas com imagens de várias divindades ou de seus imperadores, os quais muitas vezes eram tidos como deuses, sendo, portanto, inaceitáveis nas urnas de ofertas do Templo. Isto fazia com que o câmbio destas moedas estrangeiras pelas que eram aceitáveis nas ofertas ser uma transação financeira também bastante elevada e lucrativa para os cambistas.

Diante deste quadro, Jesus fez um chicote de cordas e expulsou estes comerciantes fraudulentos da Casa de Deus dizendo: “Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!” ((João 2.16). Esta atitude de Cristo fez os discípulos se lembrarem de uma passagem da Torá (Antigo Testamento, para nós) que afirma: “O zelo pela tua casa me consumirá” (Salmo 69.9).

O comércio da fé foi também predito pelo apóstolo Pedro. Em sua Segunda Carta, ele diz:
No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade. Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram [também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias (RA)]. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda. (2 Pedro 2.1-3 - NVI)

Por que o comércio da fé acontece? Por que encontrou terreno fértil no meio cristão? Creio que devido aos anseios do ser humano que deseja uma resposta rápida frente as suas necessidades. A humanidade tem se encontrado cada vez mais materialista e consumista. Há uma busca cada vez maior pela satisfação da alma, e isso é explorado por certas instituições religiosas que, ao invés de falar de Cristo que supre as necessidades não só da alma, mas do corpo e do espírito, através de Sua Palavra, trazem em suas pregações palavras antropocêntricas, tirando Jesus do foco e colocando o homem. Não são mais palavras voltadas para a Salvação ou por uma verdadeira conversão, mas sim para uma mudança de vida material aqui na Terra.

Qual a nossa responsabilidade como cristãos e pregadores da palavra? Creio que a resposta o apóstolo Paulo já deu:
Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus. (2 Coríntios 2.17)

Deus nos chamou para servos Sal e Luz (Mateus 5.13-16) e com isso fazermos a diferença nos conservarmos livres de todos os males que o mundo traz, dando sabor de alegria, paz e perseverança à nossa vida e na de todos os que nos rodeiam, mostrando ao mundo nossas convicções, posições e valores e, assim, brilhar em um mundo obscurecido pelo pecado.


Pr. Enádio Ferreira

Operação André


Novos trabalhadores para a Seara do Mestre: Batismos das irmãs Cláudia e Cida realizado no último dia 15 de setembro















Achegai-vos a Jesus


"Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros." (Tiago 4.8a).

Muitos querem uma bênção ou uma intervenção de Deus em suas vidas. Querem que Ele se mova em suas causas ou necessidades. Mas o que não sabem é que a ação e a bênção de Deus sempre sucederá uma atitude nossa. Aconteceu com muitos homens e mulheres na Bíblia. Deus não apenas agiu em favor deles, mas agiu porque estava respondendo a uma atitude de busca destes.

Quando vamos até Jesus, Ele nos recebe e não nos despreza. Ele disse: o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora (João 6.37).

Muitos dos que vieram até Cristo vieram por uma necessidade, mas conheceram um Jesus que podia dar muito além do que precisavam. Quero trazer aqui pelo menos três exemplos disso:

1. NICODEMOS. Procurou Jesus porque estava cansado de uma falsa religiosidade em que vivia (João 3.1-5).

Nicodemos era um fariseu, ou seja, era membro de um grupo religioso que seguiam as tradições e leis acima da palavra de Deus. Eram falsos religiosos, pois buscavam ser honrados, queriam impressionar os outros pelas suas ações e posições, mas eram cobiçosos, orgulhosos e invejosos, chegando ao ponto de recusar pequenas doações. Viviam hipocritamente, pois queriam mostrar ser o que não eram, vivendo numa cegueira espiritual e rejeitando o propósito de Deus.

Nicodemos ouviu Jesus pregar e foi tão impactado que procurou O procurou em oculto, temendo a oposição dos demais fariseus. Estava cansado da encenação, de querer mostrar o que não era. Queria agora viver o Amor de Cristo na sua essência. Jesus o recebeu e o desafiou a nascer de novo.

2. JAIRO. Procurou Jesus devido um grave problema familiar (Marcos 5.22-23,35-42).

Jairo era um dos líderes da sinagoga, o local de culto dos judeus. Embora dedicado e devoto à sua religião, o Judaísmo, passou por problema familiar que ninguém pôde resolver. Sua filha pré-adolescente estava muito doente, à beira da morte.

Como muitas pessoas que buscam ajudas em tantos lugares e não encontram, só lhe restou buscar ajuda numa pessoa: Jesus. Foi até Cristo e clamou a Ele por socorro. O Senhor foi até a casa de Jairo, mesmo recebendo a notícia no meio do caminho que a menina havia morrido, insistiu em entrar naquele lar em desespero em meio à morte e ali trazer vida, ressuscitando aquela garota.

3. O LEPROSO. Procurou Jesus porque tinha uma doença que o impedia de relacionar socialmente, de trabalhar e até de se casar (Lucas 5.12-13).

Durante muito tempo a lepra foi uma doença sem cura e como é uma doença contagiosa, os leprosos viviam à margem da sociedade, pois não era admissível um leproso viver nas cidades e vilas, para não contaminar os outros. Eram carentes de afetos, pois não podiam se relacionar com outras pessoas.

Este leproso foi até Jesus em meio ao desespero, pois sua vida era apenas desprezo e sofrimento. O Senhor ouviu o seu clamor, deixou-o se aproximar e prostrar em Sua Presença. Jesus fez o que ninguém mais ousaria fazer: tocou a sua pele machucada e embranquecida pela doença. Aquele toque de cura lhe devolveria a vida social, um emprego digno, um futuro casamento.

Todos estes homens vieram até Jesus. A decisão foi deles.

Você não pode achar que algo da parte de Deus vai acontecer se você ficar parado, indeciso. Resolva vir até Jesus. Ele tem cura, libertação, conserto, paz, prosperidade e, o melhor, a Salvação.


Pr. Enádio Ferreira.