domingo, 22 de setembro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
O Comércio da Fé
Vivemos uma
situação preocupante na Igreja Cristã atual. Segundo uma matéria da influente
revista norte-americana Christianity Today, na sua edição de setembro de 2013,
que traz um estudo feito por Kate Bowler, professora da Duke Divinity School,
Universidade fundada pela Igreja Metodista, em sua tese de doutorado que virou
livro com o título de “Blessed: A History of the American Prosperity Gospel”
(em português: Abençoado: uma História do Evangelho da Prosperidade), diz que a Teologia da Prosperidade está presente em
dois terços das igrejas. Segundo o estudo, esta teologia domina os
púlpitos. Mas não só nos EUA, mas em diversos países, desde o Brasil até
Cingapura, passando pela Nigéria. Embora
em alguns lugares seja apresentado como “pregação de saúde e riqueza”,
“confissão positiva” ou “teologia da dominação”, o foco é o mesmo: riqueza e
vida boa aqui e agora. A grande maioria dos pregadores tem seus próprios
programas de TV, escrevem livros sobre o assunto e atraem multidões para suas
megaigrejas. E as pessoas parecem gostar cada vez mais.
Segundo
Bowler, embora repudiado pelos teólogos, o movimento que oferece a prosperidade
a todos os que tiverem fé, superou a
velha pregação baseada no arrependimento e na mudança de vida.
Agora, por que este movimento, que oferece tantos
benefícios àqueles que a aderem, parece ser prejudicial à saúde espiritual
cristã? Porque nada do que é prometido nos púlpitos das igrejas que
professam este teologia é de graça. São campanhas e mais campanhas financeiras.
E tudo isso como que num processo de troca com Deus. Afirmam que quem dá
receberá de volta em até cem vezes mais, pois, como dizem, Deus não fica
devendo nada a ninguém! É como se Deus só olhasse para aqueles que desembolsam
seu suado dinheiro para ofertar nas campanhas de fé das “denominações da
prosperidade”. Tais denominações não ensinam aos seus adeptos o que diz a
musica “Eles precisam saber”, da Banda Resgate, que “aquilo que Deus faz,
aquilo que Deus tem não se pode comprar e que Deus pode se mover por aquilo que
são, por compaixão e não pelo o que podem dar.
Jesus presenciou um comércio assim no Grande Templo de
Jerusalém:
Quando já estava
chegando a Páscoa judaica, Jesus subiu a Jerusalém. No pátio do templo viu
alguns vendendo bois, ovelhas e pombas, e outros assentados diante de mesas,
trocando dinheiro. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do
templo, bem como as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou
as suas mesas. Aos que vendiam pombas disse: “Tirem estas coisas daqui! Parem
de fazer da casa de meu Pai um mercado!” Seus discípulos lembraram-se que está
escrito: “O zelo pela tua casa me consumirá”.
(João 2.13-17 - NVI)
Creio que se hoje Jesus fosse a alguns templos cristãos pelo
Brasil e algumas partes do mundo, não seria diferente a atitude que tomaria. No texto acima Jesus chegou no Templo de Jerusalém e viu o
comércio que se instalara no pátio do Grande Templo, com pessoas fazendo negócios
de animais e moedas estrangeiras. Estes animais eram vendidos a pessoas que
vinham ao templo no intuito de sacrificar e os vendilhões elevavam e muito o
preço, se tornando em grande fonte de lucro a estes comerciantes que se
aproveitavam das necessidades momentâneas do povo. Também faziam trocas de
moedas estrangeiras por moedas aceitáveis no Templo, pois muitos daqueles que
vinham de longe para cultuar no recinto sagrado traziam moedas de seus países
de origem que eram cunhadas com imagens de várias divindades ou de seus imperadores,
os quais muitas vezes eram tidos como deuses, sendo, portanto, inaceitáveis nas
urnas de ofertas do Templo. Isto fazia com que o câmbio destas moedas
estrangeiras pelas que eram aceitáveis nas ofertas ser uma transação financeira
também bastante elevada e lucrativa para os cambistas.
Diante deste quadro, Jesus fez um chicote de cordas e
expulsou estes comerciantes fraudulentos da Casa de Deus dizendo: “Tirem estas
coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!” ((João 2.16).
Esta atitude de Cristo fez os discípulos se lembrarem de uma passagem da Torá
(Antigo Testamento, para nós) que afirma: “O
zelo pela tua casa me consumirá” (Salmo 69.9).
O comércio da fé foi também predito pelo apóstolo Pedro. Em sua Segunda Carta, ele diz:
No passado surgiram
falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos
mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a
negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa
deles, será difamado o caminho da verdade. Em
sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram [também,
movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias (RA)].
Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda. (2 Pedro 2.1-3 - NVI)
Por que o comércio da fé acontece? Por que encontrou terreno
fértil no meio cristão? Creio que devido aos
anseios do ser humano que deseja uma resposta rápida frente as suas
necessidades. A humanidade tem se
encontrado cada vez mais materialista e consumista. Há uma busca cada vez maior
pela satisfação da alma, e isso é explorado por certas instituições religiosas
que, ao invés de falar de Cristo que supre as necessidades não só da alma, mas
do corpo e do espírito, através de Sua Palavra, trazem em suas pregações
palavras antropocêntricas, tirando Jesus do foco e colocando o homem. Não
são mais palavras voltadas para a Salvação ou por uma verdadeira conversão, mas
sim para uma mudança de vida material aqui na Terra.
Qual a nossa responsabilidade como cristãos e pregadores da
palavra? Creio que a resposta o apóstolo Paulo
já deu:
Porque nós não estamos,
como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que
falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus. (2 Coríntios 2.17)
Deus nos chamou para servos Sal e Luz (Mateus
5.13-16) e com isso fazermos a diferença nos conservarmos livres de todos os
males que o mundo traz, dando sabor de alegria, paz e perseverança à nossa vida
e na de todos os que nos rodeiam, mostrando ao mundo nossas convicções,
posições e valores e, assim, brilhar em um mundo obscurecido pelo pecado.
Pr. Enádio Ferreira
Achegai-vos a Jesus
"Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros." (Tiago 4.8a).
Muitos querem uma
bênção ou uma intervenção de Deus em suas vidas. Querem que Ele se mova em suas
causas ou necessidades. Mas o que não sabem é que a ação e a bênção de Deus
sempre sucederá uma atitude nossa. Aconteceu com muitos homens e mulheres na
Bíblia. Deus não apenas agiu em favor deles, mas agiu porque estava respondendo
a uma atitude de busca destes.
Quando vamos até Jesus,
Ele nos recebe e não nos despreza. Ele disse: o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora (João 6.37).
Muitos dos que vieram
até Cristo vieram por uma necessidade, mas conheceram um Jesus que podia dar
muito além do que precisavam. Quero trazer aqui pelo menos três exemplos disso:
1. NICODEMOS. Procurou Jesus porque estava cansado de uma
falsa religiosidade em que vivia (João 3.1-5).
Nicodemos era um
fariseu, ou seja, era membro de um grupo religioso que seguiam as tradições e
leis acima da palavra de Deus. Eram falsos religiosos, pois buscavam ser
honrados, queriam impressionar os outros pelas suas ações e posições, mas eram
cobiçosos, orgulhosos e invejosos, chegando ao ponto de recusar pequenas
doações. Viviam hipocritamente, pois queriam mostrar ser o que não eram,
vivendo numa cegueira espiritual e rejeitando o propósito de Deus.
Nicodemos ouviu Jesus
pregar e foi tão impactado que procurou O procurou em oculto, temendo a
oposição dos demais fariseus. Estava cansado da encenação, de querer mostrar o
que não era. Queria agora viver o Amor de Cristo na sua essência. Jesus o
recebeu e o desafiou a nascer de novo.
2. JAIRO. Procurou Jesus devido um grave problema
familiar (Marcos 5.22-23,35-42).
Jairo era um dos líderes
da sinagoga, o local de culto dos judeus. Embora dedicado e devoto à sua
religião, o Judaísmo, passou por problema familiar que ninguém pôde resolver.
Sua filha pré-adolescente estava muito doente, à beira da morte.
Como muitas pessoas
que buscam ajudas em tantos lugares e não encontram, só lhe restou buscar ajuda
numa pessoa: Jesus. Foi até Cristo e clamou a Ele por socorro. O Senhor foi até
a casa de Jairo, mesmo recebendo a notícia no meio do caminho que a menina
havia morrido, insistiu em entrar naquele lar em desespero em meio à morte e
ali trazer vida, ressuscitando aquela garota.
3. O LEPROSO. Procurou Jesus porque tinha uma doença que
o impedia de relacionar socialmente, de trabalhar e até de se casar (Lucas 5.12-13).
Durante muito tempo a
lepra foi uma doença sem cura e como é uma doença contagiosa, os leprosos
viviam à margem da sociedade, pois não era
admissível um leproso viver nas cidades e vilas, para não contaminar os outros.
Eram carentes de afetos, pois não podiam se relacionar com outras
pessoas.
Este leproso foi até Jesus em meio ao
desespero, pois sua vida era apenas desprezo e sofrimento. O Senhor ouviu o seu
clamor, deixou-o se aproximar e prostrar em Sua Presença. Jesus fez o que
ninguém mais ousaria fazer: tocou a sua pele machucada e embranquecida pela doença.
Aquele toque de cura lhe devolveria a vida social, um emprego digno, um futuro
casamento.
Todos estes homens vieram até Jesus. A
decisão foi deles.
Você não pode achar que algo da parte
de Deus vai acontecer se você ficar parado, indeciso. Resolva vir até Jesus.
Ele tem cura, libertação, conserto, paz, prosperidade e, o melhor, a Salvação.
Pr. Enádio Ferreira.
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